Na Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), existe um aumento persistente da pressão sistólica (maior ou igual a 140) e/ou da pressão diastólica (maior ou igual a 90). A medida da pressão deve ser feita com a técnica correta, em pelo menos 2 ocasiões. Quando possível, o ideal é confirmar tais medidas através da Monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) - quando se registra os valores da pressão por 24 horas.
Os fatores genéticos - ter história de pressão alta na família - podem influenciar os níveis de pressão entre 30-50%. Vale lembrar, porém, que o envelhecimento, a obesidade e hábitos de vida (como sedentarismo, tabagismo e ingesta da sal) estão diretamente ligados ao aparecimento da hipertensão.
Na reumatologia, a hipertensão costuma ser uma comorbidade frequente em pacientes com artrite reumatoide (AR), gota e lúpus. Os mecanismos responsáveis pelo aparecimento de HAS em pacientes com AR não estão totalmente esclarecidos, mas fatores como obesidade, sedentarismo e uso de medicações (ex: corticoides em doses altas por tempo prolongado), além da própria inflamação sistêmica da AR, favorecem o aumento da pressão. Já no lúpus, a hipertensão pode ser um sinal de alarme sugestivo de nefrite lúpica, por exemplo. Nos casos de HAS estabelecida, está clara a associação entre hipertensão e perda progressiva da função renal nestes pacientes.
Por frequentemente se tratar de uma condição assintomática, a hipertensão arterial costuma evoluir com complicações - como infarto, arritmias, acidente vascular encefálico e perda da função renal. Ela é o principal fator de risco modificável para doenças cardiovasculares (DCV) - e por isso a importância do diagnóstico precoce, já que as DCV são a principal causa de morte e hospitalizações em todo o mundo. Tratar a hipertensão também faz parte do tratamento reumatológico!
A campanha do dia mundial da hipertensão arterial sistêmica está voltada para a conscientização sobre a doença - o diagnóstico precoce salva vidas!
